rinite alérgica


Algumas crianças tendem a ter um número maior de gripes ou um corrimento nasal constante. Elas produzem mais muco e isso pode causar um aumento de sinusites e otites. Crianças alérgicas tendem a produzir uma resposta maior às substâncias do meio ambiente. Produzem geralmente mais secreções do que normalmente produzimos em contato com o ar e poluentes que nos rodeiam. As secreções tem uma função de limpeza, mas o excesso delas pode servir de alimento e causar a proliferação de bactérias. Crianças que crescem em fazendas ou que vivem em creches tendem a ter menos alergias nasais. Ter poucos estímulos imunológicos -ambientes assépticos- acabam não educando o sistema e nesse caso há um desvio para respostas mais acentuadas e com menos controle pelo organismo. O tratamento envolve questões alimentares e eventuais medicamentos para diminuir a sensibilidade alérgica da criança. Suspender temporariamente o uso de leite de vaca, priorizando os derivados (iogurte, queijo branco, ricota....) pode ser uma boa medida - apesar de ainda ser controversa. Fazer limpeza nasal constante com soro fisiológico ou com chá de sálvia (um copo de chá + uma colher de café de sal marinho - refazendo a cada 3 dias) também pode ajudar bastante. Para prevenir crises futuras ficar atento ao desenvolvimento do sistema imunológico, evitando suprimir totalmente os processos inflamatórios que podem auxiliar a educação desse sistema.

aftas na boca (herpangina)


Um problema relativamente comum e que causa muito sofrimento para a criança (e obviamente para os pais) é o aparecimento súbito de várias aftas na boca, acompanhado de um quadro febril e em geral amígdalas inflamadas. Geralmente causado por vírus (coxsackievírus ou enterovírus), tem uma duração de 3 a 4 dias e passa. Nesse período a criança fica sem se alimentar e bem abatida. Pode passar de uma criança para outra. Não existe um tratamento específico. O principal é garantir que a criança ingira líquidos ( se não quiser comer nada-ok) e tratar a dor com medicação apropriada. Mel e própolis podem ajudar. Algumas crianças aceitam até iogurte com mel. Para os pais , a certeza de que em 3 ou 4 dias a situação melhorará.

hiperatividade e corantes artificiais


Um estudo interessante conduzido pela Universidade de Southampton* com 153 crianças de 3 anos de idade e 144 entre 8/9 anos de idade mostrou um aumento significativo de hiperatividade com o uso de alguns corantes artificiais junto ou separadamente com o uso do conservante benzoato de sódio (que aparece em vários refrigerantes). A hiperatividade diminue com uma dieta sem esses corantes artificiais e volta a aumentar com a reintrodução deles. A diminuição da hiperatividade foi percebida por vários pais com a mudança de dieta de seus filhos e pode ser conferida no blog da FOOD STANDART AGENCY .
Os corantes relacionados foram:
amarelo crepúsculo (E110),
amarelo quinolínico (E104),
carmoisina (E122),
vermelho alura (E129),
tartazina(E102) e
ponceau 4R (E124)
....é sempre bom ficarmos atentos aos rótulos (que são em geral diminutos) para escolher o que há de melhor para a saúde de nossos filhos.

*O estudo foi publicado na revista médica -The Lancet, Volume 370, Issue 9598, Pages 1560 - 1567, 3 November 2007

Viagens com as crianças


Viajar com crianças é sempre uma ótima idéia! Mas um pouco de planejamento é fundamental para que tudo ocorra da melhor forma possível.
Algumas sugestões :
Viagens de carro: se a criança enjoa- não tomar leite antes e não ler no caminho. Melhor ter algum acesso de visão para a janela. Se usar ar-condicionado agasalhar a criança. Se estiver muito sol leve um pano para colocar no vidro para proteger do sol. E leve uma toalha para o caso da criança vomitar.
Viagens de avião. Para proteger os ouvidos pode molhar um cotonete com algum óleo natural- camomila, calêndula- e colocar nos ouvidos, sem introduzir muito (o óleo escorre um pouco para dentro). Não fazer se houver secreção saindo dos ouvidos. Na decolagem e descida use chupeta para as crianças pequenas. Leve água de côco para hidratar. É bom dar bastante líquido durante o vôo. Hidrate a pele da criança antes do vôo. Para enjôos pode ser usado algum anti-emético, mas espere para ver se será mesmo necessário pois eles funcionam rápido (e dão sono, o que as vezes pode ser uma vantagem). O mesmo vale para algum antitérmico- iboprofeno ou acetaminofen - que poderá ser necessário durante o vôo. Lembre de escolher um bom local no avião - principalmente no caso de crianças pequenas.


inflamação e câncer


A maioria das doenças crônicas dos adultos são acompanhadas de processos inflamatórios localizados, que atingem nervos, vasos, mucosas,....e que por alguns motivos não conseguem ser devidamente contidos e elaborados pelo organismo. Várias pesquisas tem mostrado que, assim como nas doenças autoimunes, esse também é o caso do câncer.
É interessante pensar que as crianças apresentam várias doenças inflamatórias no início de suas vidas, na maioria das vezes não localizadas em uma única região, mas generalizadas - febres, secreções, feridas na pele,....A criança fica como que "tomada"por inteiro pelos processos.
A capacidade que ela tem de se recuperar, é impressionante! E cada recuperação é um aprendizado para o corpo. O organismo da criança aprende a lidar com a inflamação. E será capaz de controlar ela cada vez mais. E esse aprendizado é uma verdadeira prevenção para os problemas inflamatórios futuros!
E não é só o corpo que aprende.Pais notam que após se recuperarem desses processos febris, muitas crianças apresentam evidentes mudanças emocionais.
O que fazer para melhorar a resposta a inflamação quando já somos adultos?
-alimentação adequada
-exercícios físicos
-cuidar da saúde psico/emocional
-sono adequado

Colesterol alto em crianças


Tenho visto com alguma frequência crianças que, por estarem com o peso acima da média, ou por apresentarem antecedentes familiares de hipercolesterolemia, acabam dosando o colesterol e esse vem com níveis altos. O colesterol é produzido no fígado e transportado por lipoproteínas - a de baixa densidade LDL (" colesterol ruim"- que transporta pelas artérias e pode levar a arteriosclerose) e a de alta densidade HDL( "colesterol bom"- que leva as gorduras de volta para o fígado onde serão metabolizadas).
O colesterol aumenta pela ingestão de alimentos ricos em colesterol (que é necessário para o sistema nervoso, sistema conjuntivo e pele), mas principalmente pela ingestão de açucar e gorduras saturadas.
Existe uma controvérsia em se dosar ou não o colesterol de crianças pequenas pois pouco poderia ser feito para de fato mudar a situação, e a criança poderia ficar preocupada em excesso, sem necessidade.
Por outro lado, eu penso que medidas preventivas podem ser aplicadas para crianças de risco, ou que não se alimentam bem.
Essas medidas incluem :
uma dieta adequada
- verduras, frutas e cereais integrais
- leguminosas (feijão, ervilha, lentilha,soja e grão de bico) ajudam a controlar o colesterol
-gorduras insaturadas - peixes, azeites e óleos vegetais, castanhas, amêndoas, gergelim, linhaça
-cuidado com açucar em excesso :bolachas recheadas,...
-cuidado com gorduras saturadas: carnes gordurosas, linguiça, frituras,leite de côco,
manteiga, queijos, creme de leite (dê preferência para laticíneos desnatados ou semi-desnatados).
exercícios físicos e
medidas para reduzir o stress do dia a dia (incluindo menos TV, computador,...)

Catapora





A catapora acontece principalmente no final do inverno e início da primavera. É uma doença relativamente benigna em crianças pequenas podendo ser mais grave em adolescentes, adultos e pessoas imunodeprimidas e eventualmente em bebês de mães que não tiveram a doença. Aparece até 21 dias após o contágio ( pelas vias respiratórias ou contato com feridas) e é transmissivel até que todas as feridas - que parecem microbolhinhas- tenham casquinha. Dura em geral 5 a 7 dias. A doença pode fortalecer o sistema imunológico mas pode também ser um problema para os grupos de maior risco. A vacina que é dada após 1 ano de vida não traz uma imunidade semelhante à doença e por esse motivo deverá ser repetida por volta dos 5 a 7 anos.
As lesões poderão ser tratadas com banhos de permanganato de potássio ( diluir bem!), eventualmente banhos com aveia ou chá de camomila, e poderá ser usado um talco antisséptico no local das feridas- ou até maizena!
Poderá ser necessário o uso de anti-histamínicos se a coçeira for muito forte e até antibióticos se houver uma infecção de pele importante (ou alguma outra complicação), mas de preferência deverão ser evitados os antitérmicos.

o sistema imunológico




Muitos pais referem a momentos em que seus filhos estariam com uma "baixa imunológica". O que exatamente quer dizer isso?
O sistema imunológico não nasce pronto (assim como o sistema nervoso). Nós recebemos de presente um conjunto de anticorpos de nossas mães, que passa pela placenta durante a gestação. Isso nos permite lidar com o fato de que logo após o nascimento entramos em contato com uma série de substâncias estranhas ao nosso corpo e várias bactérias que passam a conviver em nossos intestinos. O leite materno também fornece anticorpos e até células imunológicas! Mas isso tudo dura apenas alguns meses, e a criança deverá desenvolver o seu próprio sistema imunológico. Isso acontece com a ajuda da alimentação, da educação e das doenças qua a criança passa nos primeiros anos de vida. Conseguir vencer as doenças sem usar muitos medicamentos que cortem rapidamente o processo ajuda bastante o sistema imunológico a aprender. As vacinas protegem as crianças contra um pequeno número de doenças. A maioria entretanto, deverá ser controlada pelo próprio sistema imunológico da criança. Como acontece com o sistema nervoso, o aprendizado se dará com base em pequenas experiências que se acumulam e acabam por fortalecer a criança para que ela aprenda a lidar com situações mais difíceis. Vários trabalhos mostram que o estilo de vida influência no fortalecimento imunológico: comer alimentos frescos e integrais, ter uma educação que não estimule o intelecto precocemente, usar menos antitérmicos,anti-inflamatórios e antibióticos. Ter um sistema imunológico fortalecido diminue as chances de alergias, doenças auto-imunes e câncer.

telefone celular e crianças

Apesar do tema ser controverso, existem vários estudos sérios relacionando o uso de telefones celulares com o aparecimento de tumores no cérebro . Levando em conta que particularmente na infância o sistema nervoso está em pleno desenvolvimento, o uso do celular deveria ser especialmente restrito nesse periodo. Vocês podem acessar um estudo muito bem feito (em inglês) no site : http://www.brain-surgery.us/mobph.pdf
Nesse estudo existe uma recomendação de usar o mínimo possível o celular em contato com o ouvido e restringir o seu uso em crianças para situações de emergência.

gravidez e nutrição



A gravidez é um momento muito especial na vida das pessoas pois marca a espera de uma novidade, uma nova vida. Um novo ser no mundo que irá transformar a vida das pessoas em volta dele.
Para a mulher que está grávida. É uma experiência muito especial, que movimenta todo seu corpo e misteriosamente abre espaço para outro corpo.
Um bebe que fica protegido no seu mais intimo interior, e a mãe que possibilita essa permanência.
O contato entre màe e bebê é tão extraordinário que ele passam a respirar juntos, se alimentar juntos e participar das mesmas experiências na vida. Uma verdadeira comunhão.
No início o pequeno ser se alimenta de uma reserva especial, da célula ovo e tudo é muito comedido e preciso.
No segundo mês, o cordão umbilical já leva nutrientes e oxigênio para o bebê e recolhe o que não sera mais utilizado, ocorrendo a eliminação através do corpo da mãe. No quarto mês 70 litros de sangue passam por dia pelo cordão umbilical– (no final da gravidez serão aproximadamente 250 litros/ dia!), e uma verdadeira conversa metabólica passa a ocorrer entre o corpo materno e o organismo fetal. As artérias umbilicais, que são duas, deixam o bebê e vão se ramificando cada vez mais até diminutos vasos que se abrem na placenta e se comunicam com o sangue materno. E diminutos vasos que agora levam os nutrientes maternos vão se agrupando em vasos maiores e formam a veia umbilical que permite um grande aporte de vida ao bebê.
O sangue materno quando chega no útero se abre em pequenos lagos que banham os capilares fetais. Esses lagos são renovados 3 a 4 vezes por minuto e são os reservatórios de nutrientes para o feto. Se esses lagos estiverem poluídos, os contaminantes entrarão direto para a veia fetal com uma enorme potência. De fato estudos mostram que no sangue do cordão umbilical já foram encontrados centenas de poluentes/tóxicos que ficam circulando por bastante tempo no sangue dos recém nascidos.
vejam esse interessante site (em inglês) http://www.ewg.org/

Por esse motivo, a decisão do que beber, comer ou que produtos de higiene usar são tão fundamentais para preservarmos a saúde e vitalidade do bebê que vai nascer.

picadas de insetos


Para prevenir - todos óleos naturais cítricos afastam insetos (citronela, hortelã, limão...) assim como casca de laranja, que pode ser colocado no difusor do protector.
Existem sprays de citronela (citronim - weleda, citropic,..) que podem ser passados no corpo, roupa ou em volta do berço.
.....a menos que extremamente necessário sugiro evitar protetores muito químicos.
Em lugares onde existem muitos mosquitos pode-se pensar em tomar complexo B preventivo (deixa um odor na pele que os insetos não gostam).
Após a picada : gelo no local, pomada de arnica, pomada de aloe vera,....Pode ser usado um anti-histamínico oral se a região da picada ficar muito inchada, ou se aparecer um quadro alérgico maior.

enjôos na gravidez



Enjôos na gravidez: medidas práticas: - tentar prevenir o enjôo matinal antes de sair da cama deixe algumas torradas ou bolachas secas ao lado da cama – isso pode impedir uma queda de açucar no sangue que poderia piorar o enjôo. Ao levantar, tenha tempo para um café da manhã mais substancioso. -coma pequenas porções com mais frequência -caso não consiga parar para fazer uma refeição com mais tempo, leve sempre na bolsa bolachas secas ou vegetais (pepinos, cenouras) ou ainda barrinhas de cereais -comidas que ajudam a prevenir os enjôos matinais incluem abacate, carnes, cereal integral, iogurte, maças, verduras crocantes -evite frituras, alimentos muito doces, muito pastosos, adoçantes artificiais, - aumente a quantidade de líquidos (2X ou mais) entre as refeições ,mas não nas refeições -vista roupas leves, evite ambientes muito aquecidos ou populosos - evite cheiros fortes

VACINAS E SAÚDE




Muitos pais me perguntam no consultorio sobre vacinas. Muitos tem uma imagem de que médicos que trabalham com uma orientação da antroposofia sāo contra vacinas ( o que não é verdade) e chegam receosos ao consultório; fazem logo a pergunta: mas você vacina, não? Existe o medo de nāo fazer tudo o que possa ser feito para prevenir as doenças de seus filhos.
É claro que, cuidar da saúde de nossos filhos é o que todos queremos...mas será que dar todas as vacinas possíveis é o caminho correto? A medicina se tornou muito impositiva, como que se só houvesse um jeito de se tratar determinado problema....e, mais e mais , sabemos que isso nāo é verdade. Como entāo decidir sobre o que faremos com nossos filhos?
Na busca de informações, hoje em dia facilitada pela internet, chegaremos a basicamente dois grupos de opiniões: um que aponta vários malefícios das vacinas, incluindo paralisias, autismo, doenças neurológicas e imunológicas e outro grupo que acha que tudo isso é uma bobagem e falta de informação científica...ainda que se considere o problema atual da ciência que se diz totalmente isenta de subjetividade, e que cada vez mais se torna vítima de políticas diversas e interesses econômicos e no final, acaba nāo oferecendo necessariamente a clareza e verdade que ela própria tanto se auto atribui.
A vacinaçāo como prática estabelecida surgiu no momento em que se percebeu que as doenças poderiam se causadas por um agente externo “palpável”. As doenças eram antigamente vistas como problemas divinos, causadas por forças da natureza. As curas eram curas espirituais e mágicas. Numa época que coincide com a revolução científica e o abandono de crenças espirituais em prol da matéria, a idéia de que as doenças pudessem ser causadas por agentes diminutos reafirma o tipo de consciência que vinha se desenvolvendo . Quando se percebeu que injetando um pedaço de microorganismo no corpo, esse ficava imune a esse vírus ou bacteria, se estabeleceu uma revolução na medicina. A doença passa a ter como causa um microagente que poderia ser evitado ou eliminado, sistematizando a cura com uma estratégia objetiva. Isso foi acentuado com a descoberta da penicilina e com um novo conceito de higiene que foi se estabelecendo – existiam germes que poderiam ser eliminados com o uso de desinfetantes…antes as cirurgias eram feitas por mãos não lavadas e sem o uso de luvas!
Claro que a medicina se tornou, por esse motivo, uma fonte de recursos , técnicas e medicamentos que gerou rapidamente o desenvolvimento de laboratórios farmacêuticos e como consequência enormes interesses econômicos. E culturalmente ficou cada vez mais presente a ilusão de que as doenças poderiam ser controladas com o máximo de antibióticos e vacinas possível e com a higiene intensa do ambiente (sabões, detergentes, produtos de limpeza em geral).
Essa nova cultura se instalou de forma extrema, e construiu toda a educação médica do século XX. A Idéia de que a imunidade só possa ser atingida com o uso de vacinas , e de que as doenças infecciosas só possam ser superadas com o uso de antibióticos também passou a estar presente na consciência do homem moderno. Muitos pais me perguntam, por exemplo, no consultório, se o bebê pode sair de casa mesmo sem ter tomado as vacinas….Ou não se entende como uma pessoa com uma amigdalite com pus pode se curar sem antibióticos.
Apesar do grande desenvolvimento atingido com o uso de antibióticos, que de fato ajudam a salvar vidas , e das vacinas – imagine que maravilha uma vacina efetiva contra a AIDS – toda compreensão da saúde acabou sendo comprometida com a teoria do germe. Teoria que posteriormente geraria muita discussão a medida em que começou a ser percebido que o excesso de higiene e anibióticos poderia também nāo ser assim tão bom, podendo favorecer predisposições alérgicas e autoimunes.
O sistema imunológico não nasce pronto (assim como o sistema nervoso). Nós recebemos de presente um conjunto de anticorpos de nossas mães, que passa pela placenta durante a gestação. Isso nos permite lidar com o fato de logo após o nascimento entrarmos em contato com uma série de substâncias estranhas ao nosso corpo e várias bactérias que passam a conviver em nossos intestinos. O leite materno também fornece anticorpos e até células imunológicas! Mas isso tudo dura apenas alguns meses, e a criança deverá desenvolver o seu próprio sistema imunológico. O que acontece com a ajuda da alimentação, da educação e das doenças qua a criança passa nos primeiros anos de vida. Poderiamos até dizer, dessa forma, que doenças infantis ajudam no amadurecimento imunológico - assim como cair da bicicleta ajuda a criança a aprender a se equilibrar. Conseguir vencer as doenças sem usar muitos medicamentos que cortem rapidamente o processo ajuda bastante o sistema imunológico a aprender.
As vacinas protegem as crianças contra um pequeno número de doenças. A maioria entretanto, deverá ser controlada pelo seu próprio sistema imunológico . Como acontece com o sistema nervoso, o aprendizado se dará com base em pequenas experiências que se acumulam e acabam por fortalecer a criança para que ela aprenda a lidar com situações mais difíceis.
Vários trabalhos mostram que o estilo de vida influência no fortalecimento imunológico: comer alimentos frescos e integrais, ter uma educação que não estimule o intelecto precocemente, usar menos antitérmicos,anti-inflamatórios e antibióticos. Ter um sistema imunológico fortalecido diminue as chances de alergias, doenças auto-imunes e câncer.
O corpo humano está em equilíbrio dinâmico na sua fisiologia e na relação que temos com o mundo que nos rodeia, incluindo nossa vida emocional e cultural. Muitos remédios e vacinas, entretanto, foram desenvolvidos com uma visāo muito pontual dos problemas que não leva em conta essa visão mais global,como por exemplo um remédio para eliminar bactérias, mas que nem por isso deixam de atuar no resto do organismo e podem, como está provado hoje em dia, causar alguma desregulaçāo na fisiologia do corpo. Pode até aparecer desequilíbrios imunológicos em função disso . As vacinas precisam de um conservante (as vezes mercúrio) e de um estimulante (adjuvante) imunológico e que também pode eventualmente causar alguma desregulação em função disso.
Vivemos entāo nesse dilema, quanto de vacina e medicamentos pode ser bom e o quanto pode nos prejudicar....As decisões sao difíceis de serem tomadas mas o importante na minha opinião, é que as diversas possibilidades sejam questionadas.

xixi na cama (enurese)

A criança que faz xixi na cama após os 4 ou 5 anos de idade - é um problema que muitos pais se queixam no consultório. Ocorre principalmente em meninos. Em muitos casos os pais passaram pelo mesmo problema, o que indica que um atraso de maturação do sistema nervoso possa estar envolvido. Existe também a possibilidade de que um hormônio anti-diurético -que aumenta durante o sono- ainda não tenha chegado a um ajuste adequado, fazendo a criança urinar em grande quantidade durante a noite. Isso coincide com problemas do ritmo sono/vigilia da criança. É comum que os pais relatem um sono pesado da criança, mas ao mesmo tempo agitado.
O que fazer?.. e o que não fazer?
A maioria dos casos resolverá espontâneamente até 7, 8 ou 9 anos de idade(claro que é sempre bom ter uma avaliação médica para descartar raros eventuais problemas).
Então a minha sugestão é que sejam tomadas atitudes práticas que diminuam o sofrimento envolvido.
-entender que a situação não é culpa de ninguém - deixem irritações, angústias, raivas, inconformidades de lado
- que ela vai perdurar por algum tempo
- que deve ser organizado um esquema simples em relação as roupas de cama e pijamas (que podem incluir a participação da criança, mas sem ter conotação de castigo)
-ter um esquema que possibilite maior tempo de sono para todos

ou seja, trate a situação como se fosse natural, esperando que ela se repita - até um dia em que simplesmente ela vai embora.

para amenizar:
colocar a criança para fazer xixi na hora em que os pais forem dormir.
podemos tentar um reforço positivo para a criança, como uma tabela de estrelinhas para os dias em que ela acorda seca.
ou contar uma história (para as pequenas) de um homenzinho que cuida de um lago ou barragem e que de noite impede que a água saia
ou passar algum óleo estimulante (alecrim) na região interna das coxas a noite
podemos também cuidar de um eventual estado de ansiedade da criança, ou ainda tentarmos organizar melhor a questão do sono.

Existem alarmes que "avisam" a criança quando ela começa a urinar e também alguns medicamentos hormonais (com possíveis efeitos colaterais ) que devem, na minha opinião, ser deixados para casos extremos.

violência - o que é perigoso para nossos filhos?

Acho a questão da violência complicada . Temos que delimitar quais locais/situações são de fato perigosos e evitá-los, principalmente com nosso filhos pequenos. Isso é uma atitude básica e sensata. Podemos porém ter uma atuação mais eficaz no que diz respeito às nossas atitudes individuais. Nossa relação com a confiança e o medo. O medo é uma atitude mental, intelectual. Que normalmente não ajuda em nada, frequentemente traz sofrimento. O medo está hipertrofiado em todas as mídias, na medicina e até na pedagogia! A confiança tem uma relação com o coração, com a presença. A confiança nos move adiante, o medo paraliza. A confiança depende de termos um sentimento de que as coisas vão dar certo. Esse sentimento é desenvolvido a partir de uma experiência de vida. Uma experiência que leva em conta o que acontece com maior frequência. O medo leva em consideração o que acontece com menor frequência, e se baseia nisso colocando o improvável como o mais provável.É muito importante que a criança pequena tenha a confiança por perto. Através dos ritmos da vida dela, da presença de adultos seguros que sabem o que é bom e o que é ruim para as crianças, de não intelectualizar precocemente. Lógico que não somos seguros de tudo o tempo todo, mas é importante desenvolver uma calma interna para lidar com os conflitos.
A sensação de confiaça se traduz na frase - o mundo é bom. A criança que tem essa experiência desenvolve um bem estar interno, uma certa alegria de viver. E carrega isso para a vida como um todo!
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cuidar da doença ou da saúde?

Muitas vezes confundimos sintomas apresentados pela criança com a própria doença. Na verdade se observarmos bem, a maioria dos sintomas que as crianças apresentam como febre, vomitos, espirros, aumento de muco, tosses, são sinais de um corpo que está fazendo um esforço para superar problemas. Então o aparecimento desses sintomas mostram que nossa parte saudável está atuando para reestabelecer a ordem interna (assim também funciona nosso sistema imunológico). Essa nossa parte saudável é uma incrível inteligência em funcionamento. Adquirida ao longo de anos e anos de evolução, anos de aprendizado para lidar com o mundo externo ao corpo, com o que entra e sai dele. Alimentação, respiração, estímulos sensoriais, microorganismos.... o corpo tem que lidar com todos esses fatores e ainda assim, conseguir uma enorme estabilidade interna - que será quebrada nos processos das doenças e tentará ser reestabelecida com a ajuda de vários mecanismos, como aqueles citados acima.
Temos que ter cuidado para não confundir doença com a tentativa que o corpo faz para superá-la. E olhando por esse angulo, podemos sempre pensar em combater os problemas ( e doenças) mas não esquecer de cuidar desse lado saudável.Como? alimentação saudável, vida emocional adequada, cuidados com a individualidade que está florescendo. E importante: não cortar demais os processos de cura própios do corpo - muitos remédios que aliviam os sintomas acabam prejudicando a tentativa que o corpo está fazendo em direção a sanidade.

o papel dos pais

Temos certamente que exercer nosso papel de pai e mãe e principalmente para a criança mais nova, termos claro o que é bom, o que pode e o que não pode. Mas é importante que, além disso, tenhamos momentos de compartilhar, brincar, escutar, se divertir e aprender com a criança.
Observo que, talvez por falta de tempo, por trabalhar muito, o papel de pai/mãe ocupa grande parte do espaço de nossa relação com nossos filhos. A criança pode ficar ou se sentir sem espaço, "sufocada" por um excesso de ordens ou preocupações , e virar literalmente um adolescente antes da hora. Ficar agressiva ou simplesmente parar de ouvir.
Não somos só pais. E a identificação extrema com esse papel pode de fato não ser boa para as crianças.
Sugiro que a medida que as crianças vão crescendo, regras sejam estabelecidas na casa como por exemplo - quando ocorrer algo que não seja correto naquele momento, ocorrerá naturalmente o que a regra mandar. De preferência sem gritos e tensões, simplesmente a aplicação da regra. Isso libera todos na casa de irritações e crises constantes. E sobra mais tempo para o que é importante, as relações mais profundas que podemos ter com as crianças.

dengue



A dengue é uma doença transmitida por um mosquito (Aedes aegypti) que pica principalmente durante o dia, e que passa um vírus que pertence a uma grande família de vírus causadores da dengue. Como tem vários vírus diferentes, o fato de ter tido dengue, em geral, não protege contra um outro vírus - e por esse motivo é difícil produzir uma vacina.
A maior parte das pessoas picadas desenvolve um quadro leve ou moderado gripal, que confunde com um gripe mais forte. Em muitos casos o quadro pode ser bem leve.
Os sintomas mais típicos são : febre, dores fortes de cabeça , dores musculares e articulares (que podem se confundir também com sintomas de outros quadros virais). Podem aparecer manchas vermelhas na pele. Dura 5 a 7 dias e, em geral, passa. Não tem tratamento específico (pelo menos por enquanto). O tratamento são os cuidados gerais de outras viroses. O diagnóstico específico, por esse motivo, pode não fazer muita diferença. Em casos de forte suspeita, pode ser interessante fazer um hemograma para ver se a contagem de plaquetas está normal. Ela pode cair em quadros leves e diminuir bem em casos mais importantes.
Raros casos podem complicar com um distúrbio de sangramento - na dengue hemorrágica - em que ocorre sangramentos nas mucosas (oral, nasal e sangue nas fezes e vomito) e eventualmente em orgãos internos. Nessa situação deve-se procurar auxílio médico urgente. E por essa possibilidade não se usa aspirina em casos suspeitos.

Importante saber então, que a maior parte dos casos se confunde com um quadro gripal forte e é tratado com medidas gerais.

Importante também usar repelentes em áreas de muitos mosquitos . Os mosquitos não gostam de cheiros cítricos - citronela, erva-cidreira, hortelã, laranja - que podem ser usados nos ambientes e nas roupas das crianças.
Uma pesquisadora brasileira descobriu que colocar borra de café nas plantas afasta os mosquitos.

bronquites

Bronquite significa inflamação nos bronquios. Os bronquios permitem a passagem do ar que entra e sai dos pulmões. São revestidos internamente por uma mucosa úmida, que é constantemente limpa das impurezas do ar por uma secreção (muco) que vai para a faringe, é deglutida e eliminada. E apresentam um tecido muscular que pode, como vários músculos, contrair e relaxar. No caso da bronquite, as secreções aumentam pelo processo inflamatório e o corpo pode utilizar a tosse como forma de eliminação desse excesso. A inalação tem utilidade pois fluidifica o catarro, que passa a ser eliminado mais facilmente. E a tapotagem, uns tapinhas com a mão em concha que podemos fazer após a inalação, causa uma vibração que impede que o catarro fique estagnado - podendo então servir de alimento para bactérias.
Crianças alérgicas produzem mais catarro nas mudanças de temperatura, ou em contato com poeira, cheiros fortes, poluição,...
Em casos de asma, a musculatura dos bronquios fica mais contraída, o ar entra nos pulmões mas tem dificuldade para sair, pois a passagem fica mais estreita (a saída do ar dos pulmões requer mais força que a entrada, que ocorre mais naturalmente). O ar fica preso, não consegue ser trocado com eficiência, a criança sente falta de ar (apesar do excesso) e faz força para expirar. A passagem é menor e o ar faz um chiado ao sair - um sibilo - e é isso o que chamamos de broncoespasmo.
Alguns remédios que colocamos na inalação fazem uma bronco - dilatação e o ar e as secreções passam a ser eliminadas mais facilmente.
Pelo mesmo motivo poderá ser receitado algum corticosteróide que diminue a inflamaçào com maior rapidez.
Como todo processo inflamatório, aqui também há um começo, meio e fim. Em casos mais leves o corpo poderá se recuperar com um mínimo de medicação. Casos mais severos poderão precisar de hospitalização.
Eu sugiro que mesmo em casos leves/moderados não se demore muito para começar o tratamento. Pais mais experientes conseguem perceber bem rápido o início de uma crise. Várias pessoas usam a homeopatia e antroposofia (e acupuntura) para prevenir crises. E mesmo no tratamento das crises o uso de medicamentos naturais (receitados pelo médico) poderão fazer com que o uso de outros medicamentos seja menor.
De qualquer forma a tendência a bronquite e asma diminuem com a idade e por volta de 5 a 7 anos de idade a maioria dos casos desaparece.

sinusite


Sinusite significa literalmente inflamação nos seios da face - cavidades cobertas por mucosa que participam de nosso sistema respiratório e fonador. Muitas crianças com quadros febris agudos e sem outros sinais visíveis ao exame físico acabam fazendo uma radiografia de seios da face e recebem o diagnóstico de sinusite . Muitas vezes uma antibiótico pode então ser necessário mas em outros casos a criança poderá melhorar mesmo sem antibiótico. Os seios da face são cavidades , como pequenas cavernas, que tem uma saída para a região nasal. O acúmulo de catarro que acontece em um episódio gripal, poderá tampar a saída do seio da face e uma quantidade maior de muco- que tem a função de limpeza das mucosas- poderá ficar preso e isso serve de alimento para bactérias, que então se multiplicam. Muitas vezes são bactérias do proprio corpo! Ocorrerá uma pressão local com o aparecimento de dor. Se conseguirmos eliminar o muco, provavelmente melhoraremos o quadro e a inflamação local diminuirá. Inalações e vaporização poderão ser benéficas, tomar bastante líquidos, chás, sopas....
O diagnóstico de sinusite não é simples nas crianças e muitas vezes a radiografia não será a ultima palavra. Se a criança estiver muito comprometida pelo quadro, ou se não conseguir eliminar o muco de forma alguma, então um antibiótico provavelmente será importante. Mas vale sempre a pena tentarmos também outras medidas para reduzir o muco. Vide gripes.